Um Kamov Ka32 em missão de transporte
Para a EMA, que se defende com a participação dos Kamov em cinco operações de evacuação médica, três de transporte de órgãos e 12 de buscas e salvamentos realizadas entre Fevereiro e Maio, portanto 20 operações em quatro meses, o que significa menos de uma por mês por aeronave, o Ka-32 continua a ser a melhor opção e a escolha acertada de entre os helicópteros existentes no mercado com este tipo de caracteristicas.
Lembramos que, ao contrário dos Bell, os Kamov não foram concebidos para transporte de tropas e assalto, pelo que o arranjo interno continua a ser condicionado pela solidez da estrutura de um helicóptero que tem origem num projecto destinado à marinha soviética e, mesmo podendo transportar 13 passageiros, para além da tripulação, existem condicionalismos que dificultam algumas movimentações.
Observando o próprio exterior, é notório que as portas laterais dos Bell permitem uma entrada e saida de passageiros muito mais rápida e que o arranjo do espaço interior deste modelo permite uma flexibilidade e modularidade que tem garantido a um modelo com quase meio século continuar actual.
Em contrapartida, muitos dos arranjos internos que valorizam os Bell são impossíveis nos Kamov, concebidos como plataformas para armas anti-submarinas, dotados de grande autonomia e com capacidade de operar em condições extremamente adversas, mas que, como helicópteros navais não previam um conjunto de situações nas quais alguns agora agora pretendem utilizá-los.
Relativamente aos Kamov, mantemos que são excelentes aeronaves quando operem nas missões para as quais foram concebidas, não se podendo atribuir a uma defeciência intrínseca mas a uma falta de adequação quanto a algumas operações em que teriam que participar as limitações que se têm verificado, as quais não comprometem as qualidades deste helicóptero.
Prevê-se, portanto, que se mantenha o aluguer dos Bell 212 e que os Ka-32 vejam a sua actividade cada vez mais restringida, o que levanta ainda mais questões quanto à sustentabilidade da EMA e ao futuro de uma empresa de que sempre duvidamos como solução para a gestão dos meios aéreos do Estado pelas razões que debatemos oportunamente.
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