sexta-feira, março 03, 2006

Viúvas ainda por indemnizar


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Site dos Bombeiros Sapadores de Coimbra

Fez recentemente um ano que quatro bombeiros da Companhia de Sapadores de Coimbra morreram num fogo florestal em Mortágua, sendo que três deles eram casados.

As viúvas destes homens, recentemente homenageados na sua terra, ponderaram faltar à homenagem oficial, em protesto pela forma como têm sido tratadas, por sentirem-se esquecidas e ainda não terem recebido a totalidade das indemnizações a que têm direito.

Segundo apurou o Correio da Manhã, o seguro de vida, fixado em 75.000 euros para cada família, não foi pago, porque a seguradora alega não poder desbloquear a verba enquanto o Tribunal de Mortágua não emitir o auto de ocorrência relativo aos acontecimentos de 28 de Fevereiro de 2005, no lugar de Vale de Paredes.

Um ano depois, continuam por pagar os funerais dos quatro bombeiros e duas viúvas já foram contactadas pelas agências funerárias para assumirem uma dívida que a Câmara Municipal de Coimbra sempre garantiu que pagaria, sem que tal tenha acontecido até agora.

A indignação das viúvas prende-se também com a falta de aconselhamento jurídico, com o acompanhamento psicológico que consideram insuficiente e com a não criação de um grupo de trabalho para as apoiar, que tinha sido prometido pela autarquia após o acidente.

De acordo com a legislação em vigor, os filhos dos bombeiros mortos pelo fogo em Mortágua têm direito a bolsas de estudo, que vêm recebendo desde Maio do ano passado.

A mensalidade equivale a 25% do salário mínimo até ao 9.º ano de escolaridade, sobe depois para 50% durante o secundário e fixa-se em 100% durante o ensino superior.

A actual situação financeira das viúvas é difícil, o que sustenta os argumentos de Fernando Curto, da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, que vem defendendo uma revisão das indemnizações a atribuir às famílias em caso de tragédia, de modo a garantir-lhes a subsistência nas mesmas condições.

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