Igreja de São Pedro em Gouveia
Os documentos deveriam estar concluídos até ao final do ano passado, mas até hoje, apenas 81 autarquias os entregaram, pelo que o Governo prolongou o prazo e admite agora multar as câmaras que não cumprirem a lei.
Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), diz que o Ministro da Agricultura não tinha outra alternativa senão prolongar o prazo para a apresentação dos planos que traçam as medidas para os municípios se protegerem do fogo e concorda que as câmaras que receberam apoio e não cumprirem a lei sejam multadas.
À Rádio TSF, o presidente da ANMP disse ainda que, por outro lado, há muitas câmaras que não estão a cumprir os prazos porque não lhes foram dadas condições por parte da Administração Central e que essas não devem ser autuadas.
"Candidataram-se para ter um gabinete técnico florestal e as suas candidaturas nem foram apreciadas. Não é possível punir sem dar os meios", afirmou o autarca, que lembra que nem todas as 308 câmaras estão em zonas de risco de incêndio elevado, argumento que não nos pareça uma justificação aceitável dada a facilidade com que os fogos se propagam para áreas antes consideradas de baixo risco.
A obrigação de elaborar planos municipais surgiu em Outubro e deveria ser cumprida até ao final de 2005, segundo as previsões do Governo.
No entanto, o prazo legal para esta obrigação só constará num futuro decreto lei, ainda hoje em apreciação no Parlamento, que corresponde a mais um atraso que se lamenta, pelas implicações que pode ter durante o próximo Verão.
"Depois de este ser aprovado e promulgado, dá 120 dias para as autarquias completarem os planos", explicou ao Diário de Notícias fonte do Ministério da Agricultura, o que implica não estarem prontos antes do Verão, sendo que após esta data, o Ministro admite multar os faltosos.
Brevemente voltaremos a esta questão, que tem uma extrema importância na defesa contra os incêndios em termos de prevenção e de medidas estruturais, sem as quais o combate será gravemente dificultado e poderemos assistir à repetição das lamentáveis situações de anos anteriores.
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