quinta-feira, maio 18, 2006

66 postos de vigia dão alerta de fogos em 11 segundos


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Torre de vigilância florestal

Os operadores de 66 postos de vigia em funcionamento no país passaram a dispor de um sistema que lhes permite detectar e dar o alerta da localização dos fogos florestais em 11 segundos, garantiu hoje um dos seus criadores.

Pedro Paraíso, director-geral da Lusitânia - Agência de Desenvolvimento Regional, que concebeu e aplicou o "Sistema de Informação para a Prevenção Florestal" (SIPF), explicou em Santa Comba Dão que "o objectivo é tentar minimizar o tempo de alerta e de identificação daquilo que se chama a georeferenciação dos fogos florestais".

Segundo o responsável, o sistema permitirá poupar "entre 10 a 15 minutos por cada detecção", possibilitando às corporações de bombeiros fazerem um ataque mais eficaz.

A fase-piloto de funcionamento do sistema aconteceu na campanha de 2005, em 22 postos de vigia do distrito de Viseu e actualmente, está pronto a funcionar em 66 postos de vigia do país (32 no Centro, 23 no Norte e 11 no Sul), número que a partir de 01 de Junho aumentará para 238.

Pedro Paraíso explicou que o SIPF permitirá, através da utilização da tecnologia GSM, substituir a rede de rádios que existe nos postos de vigia, nos Centros de Prevenção e Detecção (CPD) e nos Centros Distritais de Operações de Socorro (CDOS), e que tem demonstrado fragilidades.

"A rede de rádio só pode ter um interveniente de cada vez a falar, com a que utilizámos todos os postos de vigia, todos os CDOS e CPD estão interactivamente na operação e em onze segundos temos a identificação da georeferenciação do fogo florestal", disse aos jornalistas depois de uma simulação, em Santa Comba Dão, de como funciona o sistema.

Até agora, o operador do posto de vigia, através de uma mesa de ângulos e dos binóculos, determinava o azimute, ou seja, "um ângulo que, através de uma recta imaginária, consegue determinar a localização de uma cortina de fumo".

"O operador pegava num rádio e comunicava ao CPD que estava a ver uma coluna de fumo, o CPD perguntava como era ela e andavam para trás e para a frente com esta situação", explicou, adiantando que "com o SIPF, depois de detectar através da mesa de ângulos e dos binóculos a cortina de fumo, o operador em causa digita num aparelho o azimute, informação que segue para o sistema como se de uma simples mensagem de telemóvel se tratasse".

O sistema detecta "qual é o posto de vigia que está nas imediações" e que deve mandar o outro azimute e interpela-o, permitindo "uma triangulação, coisa que não era possível no passado".

Uma vez encontrada a localização do fogo através do cruzamento dos azimutes, o CDOS, "que está a ver on-line tudo o que se está a passar", comunica com a corporação de bombeiros mais próxima, acrescentou.

A instalação do sistema está actualmente concluída nos 18 CDOS e CPD do país.


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Zona de Gouveia em mapa com projecção 3D

Na verdade, o uso de GSM, ou seja da rede de comunicações móveis, é algo que se faz há muito em caso de emergência, seja por parte de entidades oficiais, seja pela população em geral.

Também, segundo as notícias publicadas, é necessário que haja confirmação automática da resposta e que eventuais danos provocados pelos incêndios não impeçam a rapidez de comunicação que se pretende alcançar.

Por outro lado, o sistema de triangulação, dado que este continua a ser feito através do cruzamento de azimutes a partir de dois ou mais postos, implica que só após dois postos terem avistado o fogo, é possível dar início ao processo de localização.

O facto de ser um sistema automático a determinar o posto que fará a triangulação, para além de ter necessidade de uma programação exacta que tenha em conta questões topográficas, evitando contactar um posto que, mesmo sendo o mais próximo, pode não visibilidade, acaba por continuar a depender quase exclusivamente da acção do observador.

O processo que propusemos, utilizando cartografia digital, com "software" comercial de baixo custo capaz de gerar mapas tridimensionais, permite a um único operador, colocando o cursor no local do fogo, obter coordenadas rigorosas, que podem ser de imediato transmitidas a meios aéreos ou a um centro de coordenação, através de um sistema de georeferenciação.

Com a configuração do terreno em formato tridimensional no sistema informático, tal como surge em formato reduzido na imagem apresentada, a comparação com o que se visualiza é facilitada e permite decisões rápidas e acertadas que podem dispensar informações adicionais, de modo a enviar um alerta mais rápido a partir do próprio equipamento.

No entanto, a solução no futuro passará por um sistema inteiramente automatizado e centralizado, com recurso a satélites da rede europeia (ESA) e sondas terrestres, cujo tempo de resposta será tendencialmente imediato e que esperamos ver em breve em testes operacionais.

3 comentários:

Marcelo disse...

Pena ter durado pouco tempo...pelo menos no distrito de coimbra.

Marcelo disse...

Pena ter durado pouco tempo...pelo menos no distrito de Coimbra.

Nuno Cabeçadas disse...

Foi breve em toda a parte, apesar de alguns concelhos terem tentado prolongar a iniciativa.
Abraço