Dois investigadores químicos alemães estão a desenvolver um produto que, garantem, pode revolucionar o combate às chamas.
Este produto é uma composição biológica que constitui uma "camada protectora" capaz de tornar as matérias não combustíveis, foi apresentado no aeródromo de Beja através da criação de um perímetro em pasto onde foi aplicado este químico.
Seguidamente, foi ateado fogo à volta e constatou-se que as chamas, ao chegarem à zona pulverizada, apagaram-se, mantendo o perímetro intacto.
Olaf Becker, representante em Portugal dos dois químicos alemães que desenvolveram o projecto, diz que tudo foi descoberto casualmente, quando "estavam a fazer investigação em tintas e, por acaso, descobriram esta solução. Começaram então a aprofundar e a aperfeiçoar o produto".
O producto, designado provisoriamente por "Flameprotect", é um pó que se dilui em água na proporção de um para três, e depois de aplicado por veículos ou meios aéreos, cria uma camada de micro-cristais que vedam a entrada do fogo nos mais diversos materiais.
Já foram realizados testes com madeira, papel e agora em palha, sempre com resultados positivos, de acordo com Dinis Silva, dos bombeiros de Pombal, que estabeleceu a ponte entre os investigadores e o nosso país para efectuar este teste.
"Escolhemos o alentejo porque é uma zona com condições favoráveis à existência de fogos", disse o responsável dos bombeiros, adiantando que o produto ainda está em testes mas que os resultados são "muito animadores".
Canudo Sena, comandante distrital da Protecção Civil de Beja, diz que é prematuro criar expectativas, mas admitiu que achou a experiência "interessante".
O mesmo responsável adiantou ainda que será importante esclarecer alguns pormenores, um deles respeitante à comercialização da substância e a pormenores como, por exemplo, a relação custo-preço deste novo produto, bem como a viabilidade deste inibidor de combustão noutro tipo de materiais.
O "Flameprotect", segundo os inventores, é biodegradável, pode continuar activo por meses se não chover, elimina-se apenas com água e depois de retirado vai funcionar como adubo para os solos.
Uma das principais vantagens deste produto será a aplicação em residências ou viaturas de combate em caso de cerco pelo fogo e a possibilidade de se criar um "aceiro químico de segurança".
Logicamente, tornam-se necessários mais testes, sobretudo porque as condições em que este se verificou, com vegetação rasa e sem grandes projecções, num ambiente controlado, acaba por não permitir grandes conclusões.
Pode, no entanto, vir a ser um auxiliar precioso, sobretudo na protecção de habitações ou outras estruturas que muitas vezes são difíceis de isolar e que mobilizam meios vultuosos, muitas vezes desguarnecendo outras áreas de intervenção.
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