quarta-feira, novembro 15, 2006

Bombeiros ainda sem equipamento de protecção


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Bombeiros com equipamento de protecção

Na maioria dos distritos, continua a haver diversos corpos de bombeiros que ainda não receberam os equipamentos de protecção individual prometidos pelo Governo antes do início da época de incêndios, segundo denunciou a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Esta promessa, recordamos, foi feita pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e os equipamentos deveriam há muito ter sido entregues às corporações através de verbas atribuidas para o efeito aos governos civis.

Segundo Rui Rama da Silva, do Conselho Executivo da LBP, os conjuntos que era suposto incluirem capacetes, vestuários e abrigos anti-fogo ainda não foram entregues na totalidade aos corpos de bombeiros dos distritos de Beja, Leiria, Évora, Viseu, Vila Real, Setúbal, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Viana do Castelo e Guarda.

Em Viana do Castelo, distrito com a maior área ardida na última época de incêndios, está incluida nesta lista, mas, para além dos atrasos, existem ainda problemas de má qualidade, nomeadamente com vestuário entregue aos bombeiros de Lisboa no passado mês de Outubro.

Além dos atrasos, foram detectadas situações de má qualidade do vestuário entregue aos corpos de bombeiros de Lisboa, que, tal como os de Aveiro, só em Outubro receberam todo o material.

Esta situação assume contornos particularmente graves quando o relatório ao incidente de Famalicão da Serra aponta como causa da morte do bombeiro Sérgio Rocha a falta de equipamento de protecção adequado, nomeadamente a inexistência de um capacete.

Sendo difícil, se não impossível, afirmar que o bombeiro estaria vivo se estivesse dotado do equipamento apropriado, a simples suspeita de que a morte se deveu a uma falta de meios de protecção é, só por sí, da maior gravidade e deveria não apenas fazer reflectir os responsáveis, como ser tida em conta no apuramento de responsabilidades.

Entretanto, quer a divugação do relatório em causa, quer a responsabilização de quem contribui, seja por acção, seja por omissão, continuam a ser adiadas, provavelmente na esperança de que a memória dos homens seja mais curta do que a lembrança dos que partiram.

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