domingo, abril 29, 2007

Dois concorrentes no concurso para aluguer de meios pesados


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Um Martin Mars em acção durante um incêndio

O concurso internacional para o aluguer de meios aéros pesados de combate a incêndios, cujas propostas serão abertas no decurso de uma sessão pública a realizar na próxima quarta-feira, decorrer a sessão pública de abertura, tem dois concorrentes.

Para além da Beriev, que se apresenta com o Be-200, idêntico ao hidroavião que operou no Verão passado, existe um segundo concorrente que, portanto, terá que apresentar um modelo anfíbio com capacidade mínima para 10.000 litros.

Neste concurso, cujo prazo de entrega de propostas terminou anteontem, o Ministério da Administração Interna (MAI) admitia que apenas participasse a Beriev, dado que apenas conheciam este modelo e o protótipo da empresa japonesa ShinMaywa, herdeira da Kawanishi que produziu aviões militares tão famosos como os "Shiden-kai" e os "Kyofu" que operaram durante a 2ª Guerra Mundial.

Uma delegação da ShinMaywa esteve no MAI com o intuito de obter informações relativamente a este negócio, mas o secretário de Estado da Administração Interna, Rocha Andrade, declarou ter indicações de que "a empresa não teria condições para se apresentar a concurso este ano".

Existem outros aparelhos, como os diversos modelos derivados dos Boeing comerciais, de grande capacidade, entre os quais o "Evergreen", que mencionamos previamente e que é o maior avião tanque do Mundo, mas estes modelos não são anfíbios, pelo que não poderiam apresentar-se a concurso.

Segundo Rocha Andrade "não tivemos qualquer manifestação de interesse, mas em rigor não podemos afirmar que não existam no mercado aeronaves que desconhecemos", facto que demonstra que não houve uma investigação sobre o assunto no sentido de apurar alternativas.

Sendo um concurso que parece feito à medida do Beriev Be-200, tal pode incorrer num conjunto de erros que se podem traduzir em questões de índole legal dado a imposição de um determinado conjunto de características e não de modo a flexibilizar a forma de obter um dado resultado operacional.

Não vemos razão para impor a necessidade de transportar 10.000 litros de água se, por exemplo, pelo mesmo valor da proposta a concurso uma empresa disponibilizasse dois aparelhos com capacidade de 5.000 litros e características de voo que não os penalizassem em confronto com os Be-200, do que resultaria uma disposição de meios mais flexível e uma capacidade operacional superior.

Esta seria, na nossa opinião, a linha correcta e a mais justa a seguir, de modo a permitir um máximo de concorrência, a única forma de defender os interesses do Estado e das próprias populações que, infelizmente, não estão a ser correctamente representadas nesta matéria.

No entanto, existe uma alternativa pouco conhecida entre nós, os dois hidroaviões Martin Mars, sobreviventes de um pequeno lote de seis aeronaves construidas nos anos quarenta, os quais têm operado com exito ao longo de décadas, sobretudo no continente americano, e possuem uma capacidade de carga substancialmente superior à dos Be-200.

Para quem desconheça o maior avião anfíbio de combate a incêndios florestais, convidamos a efectuar uma visita ao "site" onde as características dos Martin Mars são descritas e se podem encontrar diversos tipos de informação e os próprios contactos da empresa que gere as suas operações e que o MAI poderia ter abordado.

Finalmente, recomendamos ao MAI que reveja a forma como prepara os concursos e investigue, tal como nós o fazemos, da possibilidade de alternativas, seja com base nos resultados pretendidos, seja consultando outras empresas capazes de fornecer meios adequados às missões propostas.

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