sábado, maio 05, 2007

Pilotos do Exército vão combater fogos durante três anos


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Kamov Ka32 durante um exercício

Ficaram concluidas as negociações relativas à cedência de pilotos do Exército ao Ministério da Administração Interna (MAI) para combater os incêndios florestais.

Na próxima segunda feira, os pilotos oriundos da Unidade de Aviação Ligeira do Exército (UALE) vão começar a ter formação na área da protecção civil, com particular incidência no combate a incêndios florestais utilizando os recém adquiridos helicópteros Kamov Ka-32.

Esta decisão já foi comunicada aos militares da UALE, que ficarão dependentes do MAI via Empresa de Meios Aéreos (EMA), recentemente criada para gerir a frota de meios aéreos do Estado.

O protocolo de cedência está em preparação no Estado-Maior do Exército, após longa demora, prevendo que os pilotos estejam durante três anos ao serviço do MAI, sendo que tal pode, na prática, inviabilizar a reactivação da UALE durante este período.

Tal como foi previamente mencionado, a responsabilidade da formação cabe à empresa vencedora do concurso de fornecimento de helicópteros, neste caso a Heliportugal, que fornecerá um total de seis Kamov Ka-32 e quatro Eurocopter AS-350 B3.

Este ano para completar a equipa de pilotos a constituir pela EMA, haverá um reforço de doze pilotos russos com experiência nos Ka-32 e no combate aos fogos aos comandos deste modelo que apresenta diversas particularidades quando comparado com outros helicópteros da mesma classe.

Futuramente, o MAI pretende formar elementos da Guarda Nacional Republicana em funções de chefia e coordenação, sendo que o prazo para obter as necessárias qualificações e experiência se estima em, pelo menos, sete anos.

Já nos pronunciamos relativamente ao recurso a pilotos militares no combate aos incêndios, mas devemos acrescentar que o prazo de cedência por três anos pode, efectivamente, vir a por um ponto final na curta vida da UALE, sobretudo se ao longo período sem pilotos adicionarmos os problemas nas comparticipações portuguesas no projecto do NH-90.

Assim, sem pilotos e, possivelmente, sem helicópteros, a UALE poderá vir a ser extinta sem nunca ter alcançado o estatuto de unidade operacional, no que seria uma situação lamentável dada a necessidade que o Exército tem de meios aéreos ligeiros autónomos.

A opção por recorrer aos pilotos militares, mesmo que tentadora, deverá ser equacionada com o máximo cuidado, seja do ponto de vista operacional, seja político, pelos riscos que encerra e pelas consequências directas no futuro da UALE que pode, assim, ver determinado o seu fim.

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