Kamov Ka32 durante um exercício
Na próxima segunda feira, os pilotos oriundos da Unidade de Aviação Ligeira do Exército (UALE) vão começar a ter formação na área da protecção civil, com particular incidência no combate a incêndios florestais utilizando os recém adquiridos helicópteros Kamov Ka-32.
Esta decisão já foi comunicada aos militares da UALE, que ficarão dependentes do MAI via Empresa de Meios Aéreos (EMA), recentemente criada para gerir a frota de meios aéreos do Estado.
O protocolo de cedência está em preparação no Estado-Maior do Exército, após longa demora, prevendo que os pilotos estejam durante três anos ao serviço do MAI, sendo que tal pode, na prática, inviabilizar a reactivação da UALE durante este período.
Tal como foi previamente mencionado, a responsabilidade da formação cabe à empresa vencedora do concurso de fornecimento de helicópteros, neste caso a Heliportugal, que fornecerá um total de seis Kamov Ka-32 e quatro Eurocopter AS-350 B3.
Este ano para completar a equipa de pilotos a constituir pela EMA, haverá um reforço de doze pilotos russos com experiência nos Ka-32 e no combate aos fogos aos comandos deste modelo que apresenta diversas particularidades quando comparado com outros helicópteros da mesma classe.
Futuramente, o MAI pretende formar elementos da Guarda Nacional Republicana em funções de chefia e coordenação, sendo que o prazo para obter as necessárias qualificações e experiência se estima em, pelo menos, sete anos.
Já nos pronunciamos relativamente ao recurso a pilotos militares no combate aos incêndios, mas devemos acrescentar que o prazo de cedência por três anos pode, efectivamente, vir a por um ponto final na curta vida da UALE, sobretudo se ao longo período sem pilotos adicionarmos os problemas nas comparticipações portuguesas no projecto do NH-90.
Assim, sem pilotos e, possivelmente, sem helicópteros, a UALE poderá vir a ser extinta sem nunca ter alcançado o estatuto de unidade operacional, no que seria uma situação lamentável dada a necessidade que o Exército tem de meios aéreos ligeiros autónomos.
A opção por recorrer aos pilotos militares, mesmo que tentadora, deverá ser equacionada com o máximo cuidado, seja do ponto de vista operacional, seja político, pelos riscos que encerra e pelas consequências directas no futuro da UALE que pode, assim, ver determinado o seu fim.
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