segunda-feira, maio 21, 2007

Estratégias, tácticas ou intenções


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Helicóptero russo Mi-8: uma opção em vários países

Todos os anos é apresentada aquilo a que o Governo, pomposamente, chama "estratégia de combate aos incêndios florestais", repetindo os mesmos chavões de anos anteriores e introduzindo pequenas nuances que em pouco ou nada se traduzem.

Para o Verão de 2007, existem duas alterações, que não podemos chamar novidades dado serem pequenos retoques a nível de cosmética, fruto de muito pouco trabalho durante o ano e de alguma falta de pudor político.

A primeira destas novidades é o suposto aumento de efectivos, que este ano atingirá os 9.000, entre os quais os 5.000 bombeiros do costume e um reforço substancial por parte da Guarda Nacional Republicana, que resulta essencialmente de uma redistribuição de meios.

Ao invés de anos anteriores, o SEPNA foi integrado no dispositivo de combate aos incêndios, pelo que estes militares e os antigos guardas florestais passam a contar de forma diferente para as estatísticas, compondo assim os números e dando a ilusão de que houve um aumento real.

A segunda alteração, mais um desejo do que uma medida prática, é a de que o combate aos fogos seja iniciado nos 20 minutos seguintes ao alerta, embora sem mencionar quais os meios disponíveis ou a forma como esta primeira intervenção se realiza.

Como novidades, surge a recuperação da opção pelo fogo táctico, durante anos utilizado pelos extintos Serviços Florestais e cuja utilização foi sendo cada vez menos frequente, com a perda de um importante "know how", sendo este método da responsabilidade de equipas treinadas para o efeito.

E, como é lógico, o anunciado não é uma estratégia, mas tão somente um conjunto de procedimentos tácticos, cujo detalhe escasso reduz ao nível de uma simples declaração de intenções, que não chega para fazer esquecer as falhas de prevenção ou a ausência de planos de reflorestação e recuperação das áreas ardidas e, menos ainda, os equipamentos há muito prometido e que teimam em não chegar às corporações.

Lamentavelmente, de boas intenções está o Inferno cheio e as perspectivas para o próximo Verão não são melhores do que as existentes em anos anteriores.

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