quarta-feira, maio 23, 2007

LBP alerta a Presidência para meses difíceis no combate aos fogos


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Um rosto que espelha a tragédia de um incêndio

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, foi recebido em audiência pelo Presidente da República, que pediu para falar com a direcção da LBP sobre os problemas relativos aos incêndios florestais numa altura em que já ocorreram os primeiros fogos.

Duarte Caldeira lembrou que se aproximam "meses muito difíceis" no combate aos incêndios, sobretudo etendo em conta que "os indicadores apontados, nomeadamente as variáveis de natureza climática, apontam para sermos muito prudentes para este ano e esperar os próximos meses muito difíceis".

O presidente da LBP garantiu que os bombeiros estão "preparados na dimensão do risco que esperamos", e "lá estarão, com a mesma determinação e empenho, quando chamados, para defender as florestas", mas reforçou a ideia de que o problema dos incêndios é de toda a sociedade e cada um tem um papel importante a desempenhar.

Para a Liga, nos últimos anos tem-se evoluido em termos organizativos e de cooperação institucional, mas reconhece que estamos diante de um período difícil e que não é possível acabar defenitivamente com o problema dos incêndios.

Relativamente a algumas afirmações do presidente da LBP, devemos lembrar que já desempenhava as actuais funções quando foi oferecida colaboração e optou, em carta, por indicar a Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais, pouco depois extinta, como interlocutor na elaboração de planos que envolvessem a participação da sociedade civil.

Assim, o apelo que regularmente faz aos portugueses, soa-nos como uma mera forma de partilha de responsabilidade por parte de quem, como tantos outros, continua a ter uma perspectiva conservadora da prevenção, mas que efectivamente não encontra formas de consubstanciar uma intenção que continua apenas a ser uma forma de expressão.

Tal como mencionamos anteriormente, grande parte da prevenção deverá ser efectuada por outros que não os bombeiros e tal pode e deve ser estimulado e apoiado, de forma a que quem tem a missão de combater as chamas não sofra o desgaste resultante de missões que podem ser desempenhadas pela sociedade civil, desde que devidamente organizada e enquadrada.

Entretanto, para além das estatísticas, que podem ser mais ou menos favoráveis, e de eventuais melhorias, há pessoas concretas que sofrem as consequências das más decisões ou da ausência de acção.

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