sábado, novembro 17, 2007

Ministro da Agricultura demitiu o director-geral dos Recursos Florestais


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Uma floresta queimada

O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP) anunciou nesta sexta-feira que exonerou o director-geral dos Recursos Florestais (DGRF), por razões de "falta de confiança política".

A declaração de Jaime Silva surgiu durante uma visita ao Algarve, quando acompanhava o Presidente da República no âmbito de uma iniciativa do Roteiro da Ciência, e não incluiu mais nenhum motivo, restringindo a decisão "exclusivamente a falta de confiança política".

Sabe-se que desde há várias semanas que o agora ex-director-geral dos Recursos Florestais, Castro Rego, não reunia com o ministro da tutela e que considerou a sua exoneração, cuja comunicação recebeu na quinta-feira como "inesperada".

Apesar de algumas notícias que apontam para situações confusas como a eventual mudança da DGRF para um edifício que já não estaria disponível e onde terão sido efectuadas obras, terão sido sobretudo questões relacionadas com a falta de reflorestação após os incêndios que deverão estar por detrás desta exoneração.

O panorama da reflorestação, necessário após os incêndios, mas também o do ordenamento da floresta portuguesa deixam, efectivamente, muito a desejar, mas será de analisar se os problemas terminam na DGRF ou no próprio MADRP, de quem depende funcional e organicamente e de onde provém a dotação orçamental.

Sem mais detalhes para além da "falta de confiança política", sem uma análise das dotações orçamentais, dos meios disponíveis e das reais capacidades de intervenção da DGRF, tanto podemos estar diante de uma justificação razoável, como perante um mero expediente que visa desresponsabilizar o ministério da tutela.

Espera-se que, nos próximos dias, surjam mais detalhes, certos de que, efectivamente, a reflorestação tem sido um fracasso e que as áreas consumidas pelas chamas têm, em grande parte, vindo a ser ocupadas por mato que cresce desordenadamente, aumentando a carga térmica e, sem benefícios económicos reais, vai preparando o terreno para o avanço das chamas.

Nestes últimos anos, para além de pouco trabalho a nível de reflorestação, a situação caótica da floresta portuguesa, que tem uma riqueza desconhecida por muitos, justificaria uma atenção que, infelizmente, não tem recebido por parte do poder político o qual, aparentemente, agora acorda para esta triste realidade.

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