terça-feira, fevereiro 14, 2006

Reconversão dos Puma custa 25.000.000 de euros


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Helicóptero SA-330 Puma ao serviço da FAP

A reconversão dos 10 helicópteros SA-330 Puma da Força Aérea Portuguesa (FAP) para o combate a fogos florestais custará ao Estado mais de 25.000.000 de euros, um valor que está a ser levado em linha de conta pelo Ministério da Administração Interna (MAI), que ainda não decidiu se vai ser esse o destino das aeronaves ou se, pelo contrário, mantém o actual sistema de aluguer.

É que, além do investimento inicial para reconversão, a manutenção da frota está calculada anualmente em 6.500.000 de euros, correspondente a 3.500.000 para os chamados consumíveis e mais 3.000.000 para as manutenções programadas, que são obrigatórias para manter a segurança e operacionalidade das aeronaves.

Tendo em conta os elevados custos das modificações necessárias para usar este helicóptero como meio de combate aos incêndios, com uso de baldes, foi criado um grupo de trabalho envolvendo elementos do MAI e da Força Aérea, mas as conclusões do relatório, entregue em Janeiro mas ainda em estudo pela tutela, deixam cada vez mais afastado o cenário de reconversão dos Puma.

Sem pensar em termos de reconversão, os Puma poderão ainda ter uso no transporte de Grupos de Primeira Intervenção ou serem atribuidos ao GIPS da GNR, para o que não necessitam de alterações dispendiosas.

Este será, possivelmente, o destino destas aeronaves após terem sido substituidas pelos EH-101, já que dificilmente se poderá justificar tal investimento em helicópteros com esta idade, cujo custo de conversão é francamente elevado, mas cujas capacidades, em termos de transporte, são francamente conhecidas.

Deve, no entanto, ser equacionado o facto de existir um importante "know-how", em termos de pilotos e pessoal de manutenção, alguns "stocks" de peças e diversos equipamentos associados que devem ser rentabilizados, pelo que o abate puro e simples dos Puma parece um desperdício de recursos num País que necessita de melhorar os sistemas de prevenção e combate a incêndios.

Por outro lado, a existência destes meios confere ao Estado português uma maior capacidade negocial, evitando que fique em absoluto nas mãos de empresas de aluguer, e permita mais facilmente a operação de meios aéreos durante todo o ano.

Assim, é nossa opinião que os Puma não devem ser reconvertidos, mas deverão manter-se ao serviço do Serviço Nacional de Bombeiros e de Protecção Civil com funções de transporte de equipas de intervenção rápida e, eventualmente, apoio na evacuação de vítimas de acidentes, compensando assim a actual falta de meios para situações de emergência.

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