sexta-feira, março 31, 2006

Portugal com mais 70% de emissões em 2020


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Emissões poluentes lançadas na atmosfera

As emissões de gases com efeito de estufa, em Portugal, subiram 1.5% entre 2003 e 2004, ficando 40% acima do valor de 1990.

Os dados são avançados pela Quercus, que sublinha que o nosso País volta a afastar-se do cumprimento do Protocolo de Quioto, e refere que o aumento de emissões em 2020 será de 70% face a 1990.

De acordo com esta organização ambientalista, em 2004, "as emissões de Portugal foram de 84.54 megatoneladas".

Para a Quercus, o Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC), que visa assegurar o cumprimento da meta de não exceder os 27% das emissões entre 2008 e 2012, "não tem respondido às necessidades de redução de emissões de gases de efeito de estufa e a nova revisão só mostra a incapacidade do Governo em implementar no médio/longo prazo políticas essenciais que vão mais além do esforço importante, mas claramente insuficiente, que tem sido feito".

"O PNAC foi primeiramente apresentado em 2001, revisto em 2003, aprovado em 2004, não tendo muito dos seus cenários credibilidade face à realidade das emissões verificadas e as consequências das suas medidas (na maioria não implementadas) são extremamente limitadas", critica esta organização ambientalista.

Um dos instrumentos essenciais prometidos recentemente pelo Governo para começar no início deste ano, lembra a Quercus, está por implementar: a taxa de carbono.

"Esta taxa é fundamental para gerar receitas para que o País faça uso aos mecanismos de Quioto, principalmente o mercado de emissões e o mecanismo de desenvolvimento limpo".

Para além de vários fontes de poluição conhecidas, como a queima de combustíveis provenientes da indústria e dos transportes, os incêndios florestais têm contribuido enormemente para este acréscimo de emissões, pelo que em breve aos custos directos, teremos que adicionar os resultantes pelo incumprimento do Protocolo de Quioto.

Este custo adicional, aliado à cada vez menor capacidade de renovação do ar, terá consequências gravosas não apenas a nível financeiro, mas também de saúde pública, sendo de esperar que o conjunto de doenças respiratórias venha a aumentar.

A problemática dos incêndios florestais e a manifesta incapacidade de os combater através de políticas sérias e integradas, acaba por afectar mesmo quem se julga ao abrigo dos seus efeitos, dada a facilidade com que os fumos se propagam por todo o território nacional, abrangendo as zonas densamente povoadas, correspondentes aos grandes centros urbanos, onde não se verificaram fogos.

Desta última vertende, haverá igualmente consequências financeiras gravosas, seja devido aos tratamentos, seja aos dias de trabalho perdidos por todos quantos são afectados, sendo necessário adicioná-lo, bem como às penalizações pelas emissões excessivas, aos já insuportáveis custos directos dos incêndios que anualmente devastam o País.

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