Helicóptero em missão de combate a fogos
Esta elevada percentagem, que corresponde a perto de 15%, levou o comandante da unidade, major Paixão, a apelar ao sentido de responsabilidade das populações, lembrando que "enquanto uma brigada está a responder a um falso alarme, pode estar uma casa ou outro local a arder".
Esta elevada percentagem, quando comparada com as estatísticas anuais registadas pelo sistema automatizado de controlo de ocorrências do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), que estimam em pouco mais de 5% o número de falsos alarmes de incêndio, corresponde ao triplo do normal.
Por isso, fonte do SNBPC mostra-se surpreendida com os dados de intervenção do GIPS, ontem apresentados numa sessão de balanço a que presidiu o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa.
Operacionalmente, entende-se ser imprescindível perceber as causas do elevado valor e uniformizar conceitos dado que, segundo a mesma fonte, "em anos anteriores, não há memória de brigadas helitransportadas saírem para falsos alarmes".
Para Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), a estranheza é outra, porque "não há razão para serem relevados dados estatísticos de uma parte do todo com um número irrelevante de participações, esquecendo-se os milhares de situações a que os bombeiros acorreram durante o mesmo período".
O dirigente da LBP considerou "curioso" que, no dia em que foi publicada em Diário da República a Lei de Bases da Protecção Civil, "onde se valorizam todas as partes de um sistema integrado", tenha sido feito "enfoque numa parte, desvalorizando o todo".
Para já, considera que a taxa de sucesso do GIPS, com 47 fogos extintos na primeira intervenção que lhe está cometida, contra apenas 9 que exigiram a intervenção de outros meios é positiva.
Desde o início do mês, dia em que se entrou na chamada "Fase Charlie", com o maior dispositivo no terreno, estão activas brigadas do GIPS em 12 centros de meios aéreos, enquanto na "Fase Bravo" a acção em sete desses locais esteve limitada a patrulhamento e primeira intervenção terrestre.
No respeitante ao elevado número de falsos alarmes para os GIPS, o facto de serem uma novidade, de possuirem novos equipamentos e deslocarem-se de helicóptero, pode justificar em parte esta percentagem anormal de chamadas indevidas, facto que é tanto mais agravado com a extrema necessidade de uma rapidez de intervenção que dificulta uma confirmação da ocorrência.
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