segunda-feira, outubro 16, 2006

Ministro satisfeito com combate aos incêndios


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Militares no combate aos incêndio

Numa visita efectuada este domingo a Monchique que assinala o início da "Fase Delta", o ministro da Administração Interna, António Costa, mostrou-se satisfeito com os resultados deste Verão no combate aos incêndios florestais.

Até à última quinzena, a área ardida em Portugal foi de 72.000 hectares, o que levou o ministro a elogiar a coordenação entre bombeiros, militares da Guarda Nacional Republicana do Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) e sapadores florestais integrados no Dispositivo Integrado da Defesa da Floresta Contra Incêndios.

António Costa, embora tenha considerado que este ano o combate foi mais eficaz do que em anos anteriores, lembrou que ainda há muito para fazer no sentido de consolidar e melhorar os resultados e que é necessário que seja feito um trabalho de fundo de reestruturação da floresta, de modo a que esta desenvolva mecanismos de autoprotecção.

Relativamente à questão pendente da eventual aquisição dos Beriev Be-200, o títular do MAI considerou ser ainda cedo para efectuar comentários e que elogiar o hidroavião russo poderia "encarecer o preço".

Em resposta às declarações do ministro, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, classificou o balanço de António Costa como uma "análise política e não técnica".

Para o presidente da LBP, ainda não houve tempo para efectuar um análise em termos técnicos, pelo que de devem evitar precipitações que resultem num "balanço triunfalista".

A diminuição de área ardida, que tem sido usada como sinónimo de eficácia e dos resultados da direcção política do Governo, é um critério de tal forma simplista e redutor que surge como inútil numa análise séria que se debruce de forma exaustiva sobre o desenrolar das operações deste Verão.

Com isto, não se quer dizer que a diminuição da área ardida não seja de capital importância, sobretudo na medida em que traduza um menor sofrimento para as populações, mas tão somente que os critérios de avaliação terão que ser muito mais extensos e, sobetudo, implicar tudo o que não foi feito em termos de prevenção e de ordenamento, áreas que escapam ao MAI.

Se António Costa tem razões para estar satisfeito, estas deverão incluir questões como a maior capacidade de coordenação ou o aperfeiçoamento táctico, que se fizeram sentir, e não um valor eventualmente conjuntural que pode não se verificar em anos futuros dada a falta de empenho dos seus colegas titulares das pastas da Agricultura ou do Ambiente.

Já no passado mencionamos a impossibilidade de haver o sucesso que todos desejamos se apenas houver melhorias em termos de combate, esquecendo os trabalhos a nível de ordenamento e de reflorestação, sem o que a diminuição das áreas florestais acabará por, no fim, dispensar a necessidade de qualquer força de combate que nada terá a defender.

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