sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Apresentado o Inventário Florestal Nacional 2005/2006


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Floresta de folha caduca

Foi apresentado pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, o Inventário Florestal Nacional 2005/2006, onde é descrito em pormenor a constituição da floresta portuguesa, com descrição de áreas, diferenciação de árvores, tipo de distribuição e todo um conjunto de detalhes que permita a caracterização deste importante património económico e ambiental.

Com base nos dados apurados, Jaime Silva salientou que em 2005, o sector exportou 2.500.000.000 de euros, correspondendo a 10% das exportações nacionais e "um valor superior ao da Autoeuropa, cuja importância para Portugal todos conhecem".

Este Inventário, que será actualizado anualmente, vai suportar decisões mais fundamentadas no âmbito da sustentabilidade da floresta, dos planos de prevenção dos incêndios e nas medidas de desenvolvimento de indústrias dependentes da floresta, evitando erros de planeamento que se verificaram no passado.

Para o ministro, "o Inventário de 2005/2006 é importante para todas as actividades que dependem economicamente da floresta, pois permite conhecer a área florestal e o volume que alimenta indústrias tão importantes como a do sobreiro, cortiça, celulose e da madeira".

Foram inventariadas em Portugal áreas de 3.412.000.000 de hectares de floresta, de 1.898.000.000 de hectares de mato, 3.028.000.000 hectares de terreno agrícola e 413.000.000 de hectares de áreas sociais, devidamente caracterizadas com dados que incluem, por exemplo, quais os tipos de arvoredo predominantes nas várias regiões do País.

Após anos em que o ordenamento florestal e a prevenção dos fogos falhou em absoluto, este instrumento de planeamento e gestão pode dar origem a um conjunto de medidas que pecam por tardias e já levaram a atritos no interior do próprio Governo, nomeadamente no término do período de incêndios florestais do ano passado.

No entanto, e não obstante o reconhecimento da importância da floresta, que era uma evidência muito antes da publicação deste Inventário, não será a divulgação deste documento a resolver os problemas existentes, os quais carecem de uma abordagem integrada que promova o desenvolvimento das regiões mais deprimidas do território nacional.

Infelizmente, a falta de uma perspectiva global tem vindo a limitar os resultados, com decisões e medidas que entram em conflito e transmitem mensagens contraditórias, do que resulta um cada vez maior abandono do Interior.

A título de exemplo, basta referir que o encerramento de unidades de urgência, só por sí, tem um significado para as populações e para eventuais investidores que não podem ser compensadas por qualquer tipo de incentivo, dada a gravidade das consequências que podem advir da falta de um sistema socorro eficaz.

Já nos pronunciamos acerca da necessidade de, antes de quaisquer outros investimentos, garantir às populações do Interior o acesso a todo um conjunto de condições de vida essenciais, que consideramos determinantes para a sua manutenção e para a fixação de novos residentes, sem o que as medidas avulsas e casuísticas, pouco ou nenhum efeito prático têm, para além do desperdício de recursos do Estado.

Não basta ter um conjunto de instrumentos, é necessário saber integrá-los, observá-los em conjunto e verificar como interagem os vários factores, de modo a determinar com rigor quais os efeitos colaterais de cada decisão e em que medida se vai projectar nos outros elementos de um conjunto complexo e, efectivamente, indivisível.

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