Fotografia de Famalicão da Serra
Há cerca de um mês, o grupo responsável pelo portal Bombeiros Distrito Guarda solicitou por carta o relatório do acidente ao Comandante Nacional de Operações de Socorro, Gil Martins, que respondeu que o pedido tinha sido reencaminhado para o presidente do SNBPC.
Na ausência de uma resposta de Arnaldo Cruz, os bombeiros ponderam efectuar o pedido ao Ministério da Administração Interna, que tutela o SNBPC.
O relatório em causa foi elaborado por uma comissão de cinco elementos, nomeados por despacho do secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões e já se encontra concluido, mas não foi ainda divulgado.
De entre as conclusões, apontam-se erros a nível de comando e coordenação, de que resultou um posicionamento incorrecto dos bombeiros atingidos pelo que foi designado por um fenómeno de "comportamento extremo do fogo".
No entanto, para além de referir causas, o relatório inclui ainda um conjunto de informações que visam evitar a repetição de situações semelhantes no futuro, dando especial destaque ao comportamento do fogo em declives acentuados, algo que continua a ser mencionado na formação de bombeiros sem o detalhe necessário.
Lembramos que, para além deste relatório, também aquele que é referente à morte de um grupo de sapadores de Coimbra, ocorrido em Mortágua no ano anterior, ainda está por divulgar, tendo sido diversas vezes reescrito.
Na sexta-feira passada, o grupo de bombeiros reponsável pelo Portal participou num curso de segurança pessoal da responsabilidade do professor Xavier Viegas, especialista em incêndios florestais e fundador do Núcleo de Estudos sobre Incêndios Florestais, o qual integrou a comissão responsável pelo inquérito ao acidente de Famalicão da Serra.
Este curso, que custou 100 euros por participante, devia ser, segundo Sérgio Cipriano ministrado "de forma gratuita" pela Escola Nacional de Bombeiros, para além de, obviamente integrar os actuais currículos.
Cabe, entretanto, aos participantes nesta formação divulgar as informações e experiências dela resultantes, de modo a partilhá-las com quem não teve oportunidade de nela participar mas que, pela sua actividade como bombeiro, necessita dos conhecimentos aí adquiridos.
Com uma nova época de incêndios a poucos meses, a falta de divulgação destes relatórios e a inclusão das conclusões nos planos de formação constituem uma falta de respeito pela memória dos que faleceram e de consideração pela segurança dos que, em breve, irão novamente enfrentar as chamas.
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