segunda-feira, setembro 03, 2007

147 pessoas morreram nas estradas em Julho e Agosto


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Acidente de viação numa estrada secundária

Pelo menos 147 pessoas morreram em acidentes de viação nas estradas portuguesas desde o início de Julho até à meia-noite de sábado, número idêntico ao registado em 2006, segundo informou a Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Segundo a GNR, neste período ocorreram um total 18.560 acidentes, correspondente a uma redução de 248 em relação ao número registado no período homólogo do ano passado.

Destes acidentes, para além dos 147 mortos, resultaram 501 feridos graves, menos 27 do que em 2006, e 5.854 feridos ligeiros, correspondente a um decréscimo de 246 vítimas.

Durante o mês de Agosto foram registados pela GNR um total de 8.964 acidentes, menos 688 do que no ano passado, de que resultaram 78 mortos, o mesmo número de 2006, 249 feridos graves e 2.790 feridos ligeiros.

Os números mencionados foram os transmitidos pela GNR, sendo, portanto, parciais, dado que excluem os dos acidentes registados pela Polícia de Segurança Pública nas suas áreas de actuação.

Estes números verificam-se num ano em que, pela substancial diminuição do consumo de combustíveis, é manifesto que o número de quilómetros percorridos pelos condutores portugueses foi muito menor do que em anos anteriores, razão pela qual o número de acidentes ganha um significado particular.

Há teorias que apontam para a possibilidade de a um menor número de veículos nas estradas corresponder a uma maior velocidade média e, portanto, a gravidade dos acidentes tende, percentualmente a aumentar, sendo que tal parece ser confirmado pelos números agora revelados.

Por outro lado, relembramos que estas estatísticas são enganadoras, por considerarem como mortos apenas entra sem vida nas unidades de saúde, excluindo assim os inúmeros feridos graves que acabam por falecer em virtude dos ferimentos, mortes essas que são habilmente camufladas de forma a evitar uma ainda maior vergonha perante os nossos parceiros europeus.

Para além da frieza dos números, cada um dos acidentes em que houve vítimas mortais devia ser analisado individual e colectivamente, de modo a que pudessemos saber em que medida o socorro prestado, as distâncias a percorrer até um centro de saúde com as valias necessárias para a prestação dos cuidados adequados e tantas outras variáveis contribuiram para o desfecho fatal.

Esta análise não é, obviamente, a efectuada pelos especialistas da GNR, que averiguam as causas do acidente, devendo incidir, sobretudo, nas consequências e no socorro, desde o primeiro alerta até aos cuidados de saúde ministrados durante todo o processo.

A actual tendência para encerrar centros de saúde deverá ser analisada à luz destas estatísticas, bem como o impacto que estas medidas têm na migração das populações, cada vez mais desprotegidas e inseguras, para os grandes centros urbanos onde, pelo menos, ainda se encontram serviços de urgência com atendimento permanente.

Lamentavelmente, destas estatísticas poucas conclusões ou ensinamentos se extraem, pelo que as operações de socorro, sobretudo nas zonas mais remotas do País, continuam a enfrentar dificuldades muitas vezes insuperáveis, do que resulta a perda de vidas que, com outros meios e organização, poderiam ser salvas.

2 comentários:

E disse...

Nuno,

O que achas do limite de velocidade a 50(55) km/h nas vias rodoviárias com radar em Lisboa?

Abraço,
DC

Nuno Cabeçadas disse...

Olá

Infelizmente a diferenciação de velocidades de acordo com as caracteristicas das diferentes vias parece algo aleatória.

Em alguns casos, é injustificadamente baixa, noutras, que foram mal conebidas e são perigosas ou que permitem que peões circulem próximo, é excessiva.

Como o meu pai faleceu em consequência de um acidente de viação, há outros factores, como álcool ou manobras perigosas a que sou mais sensível, mas tudo o que contribua para aumentar a segurança, mesmo que com algum incómodo, justifica-se sempre.

Um abraço