A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) anunciou no seu Conselho Nacional Extraordinário, realizado em Chaves, que vai criar um Serviço de Ambulância dos Bombeiros.
Esta nova estrutura de serviços na área da saúde e do socorro pretende impor aos serviços públicos "seu próprio reconhecimento pela qualidade, proximidade e implementação no terreno", encontrando "formas de cooperação entre as corporações, a nível distrital, de modo a que elas se possam organizar e reforçar a prestação de serviços".
O presidente da LBP, Duarte Caldeira, adiantou que o novo serviço dos bombeiros vai ser criado dentro de 90 dias por uma equipa de missão nomeada para este fim, afastou, para já a hipótese de um eventual rompimento dos acordos assinados com o Governo na área da emergência hospitalar.
"Chegou o momento de evoluir para uma nova etapa de organização dos serviços de saúde dos bombeiros, precisamente, criando o Serviço de Ambulância dos Bombeiros, estruturado e organizado na base distrital e regional", acrescentou Duarte Caldeira.
Para o presidente da LBP, os bombeiros têm "consciência da importância que representa a nossa intervenção no território do continente, de que temos uma cobertura que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não consegue substituir e se nós tomássemos essa posição isso reverteria automaticamente num prejuízo objectivo para as populações".
Após um longo periodo de conflito com o Ministério da Saúde e, indirectamente, com o INEM, a opção da LBP por implementar um serviço autónomo deve ser encarada como um passo no sentido da coordenação dos meios das várias corporações e uma forma de padronizar serviços aumentando a sua qualidade.
Lembramos que os meios do INEM recebem verbas muito mais elevadas do que os seus congéneres dos bombeiros que prestam serviços idênticos e que o valor pago pelo Ministério da tutela tem sido contestado pela LBP, com várias corporações a enfrentar dificuldades devido aos baixos valores pagos e aos critérios dúbios para os calcular.
Esta será, também uma ocasião que a LBP devia aproveitar para corrigir o flagrante erro de reduzir de três para dois o número de tripulantes das ambulâncias quando em missões de socorro, dado que tal compromete seriamente a segurança das vítimas nelas transportadas.
Estando a LBP apostada num serviço de qualidade, que sabemos ter custos inerentes, será também de ter em atenção qual o modelo de financiamento proposto e que encargos poderão resultar para as corporações que venham a aderir a este projecto que pode vir a ser da maior importância na área do socorro em Portugal.
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1 comentário:
Fico um pouco apreensivo com tal decisão.
Espero que essa estrutura a ser criada pela LBP , não seja usada como refugo pelo o INEM, despachando todos os serviços que não lhe interessam fazer nem assumir os encargos do socorro.
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