Um Dromader idêntico ao que caiu
Na mesma altura, anunciou que estarão disponíveis 95 novos veículos operacionais e serão adquiridos 11 novos Veículos de Gestão Estratégica Operacional, estando previsto um investimento de 78.000.000 de euros nesta área, verba idêntica à dispendida este ano menos a correcção referente à inflação prevista.
Também foi anunciado que o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da Guarda Nacional Republicana passará a actuar nos distritos de Bragança e Lisboa e será criada mais uma Força Especial de Canarinhos, que actuará nos distritos de Setúbal, Beja e Évora.
As novidades para o próximo ano também incluem a profissionalização de todos os elementos helitransportados de primeira intervenção e a formação de 60 novos Grupos Especiais de Combate a Incêndios Florestais nos quatro primeiros meses do próximo ano, de modo a estarem disponíveis quando começar o Verão.
Nas mesma cerimónia, foi homenageada a título póstumo a única vítima mortal, até à data, resultante do combate aos incêndios deste ano, tendo o comandante Luís Cunha, que faleceu quando pilotava um Dromader, recebido a Medalha de Mérito.
Neste evento, presidido pelo Primeiro-Ministro, não se esperava uma análise objectiva da campanha de 2007 que, pelo número de ocorrências que se verificam actualmente, não se pode dar como concluida, mas podia-se esperar que houvesse algum ênfase na área da prevenção e do ordenamento do território.
Lamentavelmente, os números de novos meios lançados para o ar têm maior eco junto da comunicação social e da opinião pública do que os investimentos importantes mas discretos que são efectuados no sentido de prevenir os fogos, razão pela qual existe um óbvio estímulo para que uma opção política errada seja mantida ano após ano.
Em 2007, as condições climáticas foram excepcionais e a falta de uma reflorestação eficaz manteve extensas zonas-tampão capazes de controlar as chamas, mas a falta de atenção para a recuperação das áreas ardidas nos anos anteriores vai permitir que nestas surja uma vegetação densa e desordenada que num Verão quente será um autêntico barril de pólvora.
Os incêndios de Outubro e Novembro, ocoridos depois desta cerimónia que, por razões imprevistas, se revelou com extemporânea, vieram confirmar que o clima tem uma importância fundamental e que assinalar o fim da "época dos fogos", carece de sentido quando este é um fenómeno cada vez menos sazonal.
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