quinta-feira, abril 13, 2006

Autarca lança SOS ao Governo


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Idoso combatendo um incêndio no Verão de 2005

O presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra apelou ao Governo para apoiar o município na recuperação dos prejuízos causados pelos incêndios de 2005, estimados em 3.500.000 de euros só neste concelho.

"Este é um dever de justiça. Os governos não podem ter filhos e enteados", salientou Hermano de Almeida, na intervenção que fez na sessão solene de comemoração do Dia do Município, em que participou o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita.

Na cerimónia, o autarca pediu a ajuda do Governo para a recuperação deste município do interior do distrito de Coimbra flagelado pelo fogo, lembrando que, em 2003, "houve uma acção concertada do Estado para minimizar os prejuízos dos incêndios em concelhos vizinhos" à Pampilhosa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra disse que os incêndios do Verão passado causaram prejuízos avaliados em cerca de 3.500.000 de euros e adiantou que o secretário de Estado prometeu que ia estudar o assunto e analisar a hipótese de ser celebrado um contrato-programa com a autarquia.

Os efeitos dos incêndios foram patentes sobretudo nas vias de comunicação e nas redes de abastecimento de água, disse ainda o autarca, observando que, segundo as contas do município, as chamas destruíram uma área de 25.500 hectares.

As comemorações do Dia do Município compreenderam também a inauguração da Rua Paulo Piedade, numa justa homenagem ao bombeiro do concelho que morreu no combate a um incêndio no Verão passado, exemplo que esperamos ver seguida noutros pontos do País, e da sede da Comunidade Intermunicipal do Pinhal.

Foi ainda inaugurado um anfiteatro ao ar livre e assinados vários protocolos com instituições do concelho a quem, a 10 de Abril de 1423, o rei D. João I confirmava à vila de Pampilhosa da Serra, os seus direitos, foros e garantias de vila isenta.

Com as marcas dos incêndios dos últimos anos ainda bem visíveis, o concelho da Pampilhosa da Serra foi um dos mais atingidos e enfrenta agora a difícil tarefa de se preparar para uma nova época de chamas sem que existam novos meios de defesa nem terem sido recuperadas as áreas ardidas, algo que é comum à maioria dos municípios deste País.

Muitos municípios devastados continuam à espera de auxílio do Estado, por vezes durante anos, tendo até hoje recebido apenas promessas e uma mão cheia de nada, facto que contribui para o desespero dos poucos habitantes que se obstinam em ficar nas terras onde nasceram e que já nada têm para oferecer.

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