sábado, abril 15, 2006

Museu do Bombeiro abre este ano em Lisboa


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Parte do espólio do museu

O Museu do Bombeiro de Lisboa deverá, segundo responsáveis camarários, abrir ao público este ano, três anos depois de ter sido inaugurado e com várias peças seculares já expostas e à espera de poderem ser admiradas.

A coordenadora do museu, Mónica Duarte de Almeida, gostaria que o espaço abrisse ao público a 19 de Maio, Dia da Unidade do Regimento Sapadores Bombeiros (RSB), algo que parece impossível, uma vez que o projecto de museografia e museologia, necessário para a abertura, ainda não está concluído por falta de verbas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, adiantou que o Museu tem vindo a funcionar esporadicamente e que deverá abrir este ano.

Mónica Duarte de Almeida contou que a criação de um museu dos bombeiros se formalizou em 1930, aquando da reestruturação do Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa (Corpo de Salvação Pública) em Batalhão de Sapadores Bombeiros.

Até Junho de 2003, altura em que foi inaugurado o museu, o valioso espólio do RSB andou disperso por vários quartéis da capital e dificilmente podia ser admirado pelo público.

O atraso na abertura ao público deve-se à falta de uma dotação orçamental de carácter extraordinário, necessário para avançar com o projecto de museologia e museografia, mas também ao facto de o quadro de pessoal ainda não estar preenchido, explicou a responsável.

"Para expor objectos destes é preciso ter uma estrutura de imobiliário, de iluminação, de painéis, e isso não temos, nem podemos avançar com isso sem haver uma dotação orçamental extraordinária para esse efeito", salientou.

Mónica Duarte de Almeida lembrou que um dos objectivos do museu é "estudar, conservar e divulgar a história do serviço de incêndios da cidade de Lisboa e promover a sensibilização para as questões de segurança citadina e do ambiente".

Do espólio do museu do Regimento Sapadores Bombeiros fazem parte vários objectos seculares e mais de 50 viaturas puxadas a braços ou a cavalo, para além de bombas a vapor do final do século XIX.

Trata-se do objectos que fazem parte da história da corporação, mas também estão presentes peças que foram doadas por particulares ou por outras instituições de bombeiros.

Um desses exemplos é uma bomba de caldeira, dos finais do século XIX que foi oferecida pelo infante D. Afonso e que pertenceu ao imperador do Brasil, D. Pedro II.

"O que temos em património material é provavelmente uma das melhores colecções a nível europeu", adiantou Mónica Duarte de Almeida, que tem dedicado os últimos dez anos da sua vida a estudar a história dos bombeiros e a ajudar na criação do museu.

Situado em Benfica, junto ao Centro Comercial Colombo, o Museu do Bombeiro de Lisboa tem quatro pisos, com espaços para guardar o espólio, para animação infantil e juvenil, para além de um auditório e centro de documentação.

O Museu tem ainda um espaço para exposições semi-permanente e uma galeria para exposições temporárias.

Sabendo que a edilidade lisbonense tem graves problemas financeiros e se encontra limitada em termos de investimento por ter esgotado a capacidade de endividamento, a abertura deste Museu ainda no ano corrente parece-nos uma hipótese remota, facto que obviamente lamentamos.

Apenas com a intervenção e o patrocínio de entidades privadas e com o apoio do Estado, que poderia permitir que professores não colocados aí prestassem serviço, suportando parte dos custos, se afigura possível uma abertura próxima.

Enquanto, esperamos pelo anúncio da abertura, sugerimos aos responsáveis do Museu que organizem um "exposição virtual", como antevisão do recheio e do espaço que um dia poderão visitar.

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