quarta-feira, abril 12, 2006

Vigilância móvel florestal em Vizela pode não ser financiada


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Land Rover Defender numa floresta

O município de Vizela vai receber mais de 92.000 euros para aplicar na prevenção dos incêndios florestais, mas este financiamento não contempla a vigilância móvel motorizada, facto que preocupa o comandante dos bombeiros, Rogério Caldas, que também desconhece se serão mantidos os actuais postos de vigia.

"As brigadas móveis florestais conhecem bem o terreno e são uma ajuda fundamental, não só porque permitem a detecção precoce de incêndios, mas também porque são capazes de determinar com mais rigor a dimensão do fogo e necessidades de meios, identificar zonas de abastecimento e acessos para viaturas pesadas", pelo que considerou que "era preferível reduzir a verba e desafectar parte para manter as brigadas móveis".

Contactado pelo Jornal de Notícias, o vereador da Protecção Civil, Alberto Machado, explicou que, este ano, a autarquia não viu aprovada a candidatura ao programa de vigilância móvel motorizada, tendo a edilidade contestado a decisão e estando a aguardar resposta.

Segundo este autarca, "entre outros aspectos, na exposição que enviámos, questionamos sobre o que vamos fazer ao equipamento adquirido ao abrigo daquele programa".

O vereador acrescentou que se se mantiver o chumbo, "terá que se apostar numa solução que poderá passar por disponibilizar todo o equipamento aos bombeiros", o qual inclui duas motorizadas, capacetes, binóculos, extintores, comunicações e batedores.

Os 92.000 euros que o município vai receber resulta da aprovação de uma candidatura apresentada pela Câmara ao Fundo Florestal Permanente para Prevenção e Protecção da Floresta Contra Incêndios, que aprovou apenas 49 das 200 candidaturas apresentadas.

Para além do escasso número de candidaturas aprovadas numa área tão sensível, a forma como as verbas estão a ser distribuidas é preocupante, dado considerarmos, tal como o comandante dos bombeiros de Vizela, que as patrulhas móveis são essenciais na detecção e avaliação dos incêndios.

A falta de uma detecção precoce e um sistema de comunicação eficaz, que não se obtém com investimentos em campanhas de sensibilização, mas em meios de patrulhamento ou dispositivos de observação, é um dos factores que mais tem contribuido para o panorama devastador dos últimos anos, perante o qual não encontramos nas entidades responsáveis nem a abertura nem a imaginação necessárias para ultrapassar este problema.

Pode-se, inclusivé, verificar que os estudos que o próprio Governo encomenda acabam por ser ignorados na altura da tomada de decisões, razão pela qual nos interrogamos, mais uma vez, acerca da utilidade real do trabalho realizado por especialistas, que vêm a sua autoridade na matéria desrespeitada.

Por conhecermos soluções para estes problemas, contactamos a Câmara Municipal de Vizela, apresentando uma sugestão no sentido de ultrapassar esta questão, sem o recurso ao dispêndio de meios financeiros vultuosos que sabemos serem difíceis de disponibilizar.

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