Um fogo durante a noite no Verão de 2005
Este valor corresponde a perto de 7.8% da média dos cinco últimos anos, que se cifra nos 213.885 hectares, e torna-se quase insignificante face ao pior ano, o de 2003, quando as chamas devastaram 425.232 hectares durante o mesmo período.
Segundo os números da DGRF, arderam 13 vezes menos hectares do que na média dos últimos cinco anos, o que é um valor excepcional, mesmo considerando que em 2003 e 2005 a área ardida foi muito superior ao normal e tal influencia as estatísticas.
Estes dados vêm confimar algo que já se sabia, seja através dos valores parciais entretando divulgados, seja pela própria percepção que todos temos de um ano em que os incêndios florestais não tiveram o impacto de anos anteriores.
Será, portanto, da maior importância estudar a relação entre os dados climatéricos, as descontinuidades resultantes das extensas áreas ardidas e não reflorestadas, bem como de operações de ordenamento, o desempenho do dispositivo de combate, o comportamento das populações e todos os restantes factores que determinaram estes números.
Com base nestes dados, em conjugação com os de anos anteriores e aqules que possam ser obtidos noutros países da orla mediterrânica, será possível a elaboração de modelos que permitam, alterando uma das variáveis, conhecer qual o impacto desta na área ardida e no número de ocorrências, de modo a obter simulações e previsões realistas que ajudem a prever a evolução em anos futuros.
Acima de tudo, num ano em que os números foram favoráveis, mas no qual se perdeu uma oportunidade excepcional para encetar trabalhos de prevenção com recursos aos meios disponíveis, é essencial não dar como adquirido o sucesso no combate aos incêndios florestais e lembrar que a combinação favorável que se verificou em 2007 pode não se repetir no futuro.
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