quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Bons meios de comunicações não substituem uma má organização - 2ª parte


Image Hosted by Imageshack
Modelo antigo de rádio VHF

Há muito que se discute a rede designada por Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), mas o facto é que os atrasos a vários níveis não permitiram até agora que entrasse em funcionamento, nem a sua implementação resolverá casos em que a falha é a nível da atribuição de responsabilidades, de direcção operacional ou de coordenação.

Já não é a primeira vez que manifestamos a opinião de que não é lançando novos meios tecnológicos sobre estruturas desajustadas, onde a luta pelo protagonismo precede a cooperação, irá resolver quaisquer problemas, podendo, ainda, agravá-los, caso não haja a necessária mudança de mentalidades e uma formação adequada.

Recentemente, falou-se de GPS quando se verificaram atrasos numa deslocação de uma VMER do INEM, como se este equipamento pudesse diminuir substancialmente o tempo necessário a percorrer uma via em más condições, sob condições atmosféricas adversas durante uma noite escura, quando o que seria necessário era haver meios de socorro adequados no local.


Image Hosted by Imageshack
Modelo militar de rádio VHF

Agora, surge a ideia de que será um sistema de comunicações que poderá resolver problemas organizacionais profundos e as dificuldades de entendimento na coordenação operacional, dispersa por diversas entidades que passam informações parciais aos meios que dependem de cada uma, sem que haja uma consolidação dos dados nem a unificação do comando.

Num país onde os pequenos feudos, os poderes pessoais, a necessidade de afirmação a despeito do mérito, entre tantos outos problemas que afectam toda a sociedade, não são combatidos desde a origem, assumindo contornos de normalidade, apelar a meios técnicos ou tecnlógicos não passa de uma fraude que representa uma mera desculpa para que tudo fique na mesma.

Quando os meios de comunicação mais recentes estiverem disponíveis e, subitamente, se concluir que pouco ou nada mudou, então cairá a justificação actual, para logo dar lugar a uma nova, provavelmente mais rebuscada, que permitirá a continuação do essencial, mesmo que para tal se mude tudo o que é acessório.

Sem comentários: