Interior de um Kamov Ka-32 russo
Durante o período mais crítico de incêncios, no Verão, os novos helicópeteros ficarão adstritos ao combate aos fogos, mas serão também utilizados, especialmente fora deste período, em missões de socorro e o apoio a forças policiais.
Segundo o MAI, o objectivo não é "substituir a Força Aérea nessa missão, até porque nem fazia sentido, mas sim complementar" a sua acção, reforçando o socorro com meios que, fora da época de incêndios, deverão ser rentabilizados no apoio às populações.
Com os novos meios e a participação da Protecção Civil nas operações, levantam-se novas questões de coordenação e de racionalização, com a possibilidade de distribuir os novos helicópteros pelo território nacional de modo a facilitar uma intervenção rápida em caso de urgência.
Apesar de ser uma atribuição primariamente atribuida a Força Aérea, os helicópteros do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil têm feito salvamentos no mar, nomeadamente durante o dia e em zonas onde podem chegar com maior rapidez e a sofisticação dos EH-101 não é tão decisiva.
O recurso aos meios adquiridos pelo MAI, que é de louvar, tem, no entanto que ultrapassar a questão da certificação para transporte de passageiros por parte dos Kamov Ka-32, dado que, na altura do concurso, este problema estava em aberto e a caminho dos tribunais.
Sendo da opinião que os Ka-32 se encontram entre as melhores aeronaves do seu género, na sequência de uma longa linha de helicópteros que evoluiram ao serviço da Marinha Soviética e Russa, a certificação para as várias missões e a revisão dos custos de manutenção é essencial para que a operação destes aparelhos se revista do sucesso que as suas capacidades técnicas permitem.
Os resultados vão, no entanto, depender sobretudo do planeamento, disponibilidade e do grau de operacionalidade dos meios, os que não podem estar sugeitos a restrições económicas paralisantes, sob pena de o País assumir um encargo com a aquisição de material que não é colocado ao serviço das populações.
Após um conjunto de acções de socorro cujos resultados trágicos conhecemos, com a incapacidade de salvar tripulantes de uma embarcação naufragada ou de encaminhar atempadamente uma vítima de acidente rodoviário, entre outros que não são noticiados, estes reforços são essenciais para a necessária reorganização do socorro em Portugal e para garantir a segurança das populações que habitam nas zonas mais remotas e inacessíveis do território nacional.
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