Um incêndio que permanece activo durante a noite
No distrito de Vila Real, nove ocorrências mobilizaram mais de cem bombeiros apoiados por 21 viaturas para combater as chamas que também lavram numa zona de mato do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
Verificaram-se incêndios em 13 dos 14 concelhos do distrito de Vila Real, incluindo Peso da Régua, onde as chamas continuavam activas, Valpaços, onde permanecia activo um fogo, Montalegre, onde dois incêndios continuavam a lavrar, Vila Real, com uma ocorrência, Vila Pouca de Aguiar, onde outro fogo permanecia activo, Chaves, também com um fogo, Boticas, Mesão Frio, Alijó, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, Murça e Santa Marta de Penaguião, onde se verificaram fogos, todos eles já extintos.
No total e desde as 00:00 de sexta-feira, registaram-se 46 incêndios no distrito de Vila Real, a maior parte dos quais eram de pequenas dimensões e resultantes de queimadas, permitidas nesta época do ano, mas perigosas devido às temperaturas que se fazem sentir.
O incêndio, que deflagrou pelas 13:20 perto de Celas, no concelho de Montalegre, no interior do perímetro do PNPG, era combatido por 11 bombeiros da corporação do Salto, apoiados por uma equipa de oito elementos do próprio parque.
Tal como em ocasiões anteriores, a dificuldade no acesso ao local das chamas apenas permite que veículos de pequenas dimensões e com capacidades mais reduzidas possam ser utilizados no combate às chamas, consequência das políticas de prevenção erradas que têm sido seguidas no PNPG.
Noutras zonas do País, no entanto, também se verificaram diversos incêndios, sendo de destacar o que ocorreu no concelho de Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, onde um fogo antes da hora de almoço consumiu áreas florestais até entrar em rescaldo a meio da tarde de ontem.
Este incêndio foi combatido por cerca de 150 bombeiros e contou com a presença de um helicóptero da Protecção Civil, acabando por ser dominado pelas 16:00
Também em Arneiro das Milhariça, no concelho de Santarém, um incêndio num eucaliptal que foi detectado pelas 15:30 ficou circunscrito perto das 17:00 depois de ser combatido por perto de 60 bombeiros.
Este elevado número de ocorrências, fora da chamada "época dos fogos", quando o tempo está invulgarmente quente para o mês de Novembro, vem desmentir, mais uma vez, os comentários do ministro da Administração Interna (MAI) que tenta obter dividendos políticos a partir dos resultados do combate aos fogos do Verão de 2007, minimizando a questão climática que todos sabemos ter sido decisiva.
Se o número de incêndios verificados em Outubro e Novembro, bastante mais elevados do que é normal se poderiam explicar facilmente através de condições climatéricas excepcionais, abstraindo destas, caberá ao titular do MAI a difícil justificação pela súbita perda de eficácia do dispositivo de combate aos incêndios.
Para quem acompanha há algum tempo a problemática dos incêndios e está habituado a cruzar informações provenientes dos dados meteorológicos com os referentes à área ardida, seja o que aconteceu durante o Verão, seja o que se passa actualmente pode ser facilmente entendido e justificado, algo que não acontece quando se pretende minimizar a importância de uma variável desta fórmula inúmeras vezes demonstrada.
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